Onde há fumaça, há crise!
Na último dia 4, o jornalista do The Athletic, Shams Charania, anunciou em seu Twitter que a NBA havia decidido por realizar o All-Star Game nesta temporada. O evento está marcado para acontecer em Atlanta, no primeiro final de semana completo de março. A notícia pegou muita gente de surpresa e gerou um princípio de crise entre os atletas e a liga.

Photo by: Jessy D. Garrabrant/Getty Images
Anteriormente ao início da temporada, a Liga anunciou que não iria realizar o evento neste ano em prol da flexibilidade do calendário. – além de uma oportunidade de dar aos atletas um período de descanso-. Logo, com a revelação feita por Shams, a imagem da liga sofreu um grande baque ao expor a potência dos interesses comerciais acima da imagem de cuidado com o bem-estar dos atletas que a NBA tenta promover. Em entrevista coletiva após o jogo contra os Nuggets, o astro LeBron James, fez uma série de críticas e definiu a realização do evento como um “tapa na cara”.
A fala de LeBron caiu como uma bomba no colo da Liga. Após a declaração do Rei, outras estrelas também se somaram ao coro contra o All-Star de 2021, como Giannis, Fox e até mesmo Kawhi Leonard. Desde o último ano a NBA vem investindo em sua imagem como parte ativa em movimentos sociais. Mas, apesar de estampar mensagens como Black Lives Matter e desenvolver um ambiente de bolha para finalizar a última temporada, a Liga demostrou o antagonismo entre suas declarações e suas ações.
Por conta da pressão financeira exercida pela sua parceira comercial, Disney, a NBA teve sua offseason mais curta da história para não perder a audiência que a rodada de natal proporciona. Mas a promessa da liga em não fazer o All-Star Game serviu aos jogadores como uma oportunidade de descanso. Novamente, a pressão financeira, dessa vez da Turner, obrigou a liga a mostrar seu interesse mercadológica acima do social. Nesta temporada não é a primeira vez que a mensagem da liga não é acompanhada por suas ações. Apesar de fazer campanha de conscientização contra o Coronavírus, a liga permitiu a entrada de torcedores nas arenas por conta da renda gerada com o evento do jogo.
This is what the crowd looks like in Salt Lake. #Celtics #Jazz pic.twitter.com/LzJjD13JyR
— gary washburn (@GwashburnGlobe) February 10, 2021
A hipocrisia da NBA em relação a COVID-19 ficou escancarada com a permissão de fãs nas cadeiras ao lado da quadra. Nesta posição, os torcedores ficam a menos de dois metros da quadra. Em um desses casos, uma mulher, apelidada de “Courtside Karen“, sentiu-se confortável para abaixar a máscara e ofender os atletas dos Lakers, especialmente LeBron James. A distância dos fãs para os jogadores gerou incômodo geral por conta do risco de contaminação dos jogadores, visto que muitos jogos foram adiados por preocupações relacionadas ao Coronavirus.
Esta não é a primeira vez que atletas e liga mostram estar fora de sintonia, vale lembrar que ao fim da temporada 2023-2024 o contrato de negociação coletiva (CBA) se encerra. Para alguns fãs mais novos isso pode não significar muita coisa, mas há pouco tempo atrás, a NBA e o sindicato de Atletas da liga não conseguiram chegar a um acordo em relação ao CBA e o início da temporada 2011-2012 foi atrasada por conta de uma Greve dos atletas. A crise financeira proporcionada pela pandemia pode fazer com que tenhamos uma nova situação parecida.
Ao menos, teríamos a oportunidade de ver LeBron e Kevin Durant batalhando em um campo de futebol americano novamente como em 2011.
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Kevin Leal Ver tudo
Jornalista em formação pela Escola de Comunicação da UFRJ, torcedor fanático da maior franquia da NBA e devoto de Marcus Smart. #CelticsBasketball